segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

...

"Queria aprender a olhar e ver,
seja com os olhos da alma ou do corpo,
bem abertos ou bem fechados.
Aprender a calar mais do que falar.
Saber o que ouvir,
ou pelo menos como escutar.
E ainda que nada disso eu aprenda,
que eu saiba apenas como sorrir.
Seja dia, noite,
ou o meio de ambos.
Seja fim, começo,
mas sincero e verdadeiro."

domingo, 3 de outubro de 2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

....Plaarsav....

"Quem sabe eu não corra esta noite.
Talvez eu pegue uma carona ate o deserto e me cubra de poeira dourada.
Só quem sabe que encantos recobrem a alma serão capazes de saborear a aurora.
Ainda mesmo que na hora do jantar,
ainda que regado de pedras de sal, areia e mar.
Sobre o curvado abrigo a sufocar,
saboreie ainda o gosto suave e precioso da liberdade e criatividade flutuante."
(A.B. Giordano)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

this is.

"Whenever the world is alive,
not dreaming,
not crying.
Maybe on fire,
or maybe just tired.
The face will be revealed.
The sorrow will come to an end.
I'll get underneath your pale skin.
And hope will become more than a word.
'Till there's no turning back,
'till life becomes death,
'till your eyes see the truth behind these iron walls.
No sense at all shall exist,
only words.
And for that matter, that's all."

(A.B. Giordano)

domingo, 29 de agosto de 2010

afogado

"E quando o horizonte se perder,
nos olhos de um ou outro talvez,
encontrarei o sinos a badalar,
a me lembrar de que o tempo passou e não foi ontem que o inverno acabou.
As vozes vão voltar e, ainda que eu desapareça,
não há como ignorar essa alusão à loucura.
Será outono, entre outras estações.
Esgotando as folhas secas da amarga pressa seca.
Voltará a ser pálido, e frio, e recorrente.
Quando for o tempo de acordar e ancorar no presente afogado pelo futuro do passado."

(A.B. Giordano)

My. sweet. funny. valentine.

If there was a sweet song,
a lovely one,
I'd write it inside the lovers hearts.

Fill them with undescribable lyrics.
And let them know how fortunate they are for finding love.

I'd carry the burden my own,
if I only knew that love is out there, somewhere..
And then again, if I had the strength, I'd write it just for the sake of mankind,
and my heart and soul...

"For thy is the only peace I have left in this world of mine."

(A.B. Giordano)


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

EU ACREDITO

O que move os homens,
no caminho pela breve passagem da vida?
Seria a felicidade ou apenas a esperança de encontrá-la?
Ou quem sabe a ilusão de que, talvez, possamos encontrar uma forma de sermos eternos?

Não me importa qualquer resposta.
Já não faz diferença.
O meu caminho eu já sei.
Já encontrei minha razão.

 *Viver o presente como se não houvesse futuro - parece uma boa ideia.
**Apreciar o momento - por entender que cada um deles é unico.
***Acreditar na bondade e na verdade, pois só assim é possível enxergar a felicidade.
****Ser fiel a minha alma.
*****Crer que o que eu faço faz sim diferença no mundo ao meu redor.
******Independente do que os outros possam pensar, vou seguir com minhas convicções.
*******Dentro do meu coração só há lugar para perdão - não vou gastar espaço com mágoas.

"E, ainda que eu falhe, mesmo assim vou permanecer com a certeza de que nenhum erro é irreparável. Mesmo que pareça que não há solução, vou manter minha fé e acreditar que tem alguém lá em cima que é perfeito e não faz nada por acaso..."

Neste momento, permaneço de tal forma que nada pode me deter quando digo que eu escolho acreditar que a vida é perfeita simplesmente da forma que é.

"De que adianta viver sempre em busca de mais e não apreciar o que de melhor a vida pode oferecer - um Sorriso?!"

(A.B. Giordano)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Seja enfim

"Basta que o momento seja eterno.
Não me importa o quão longo ou curto ele possa ser.
Que seja, ainda que em partes, eternamente meu.
Para que a sombra da dúvida não venha me corroer depois.
Contanto que tenha asas,
de que importa se pode ou não voar?
E se for pra ser esquecido,
então deixe de ter existido.
E o que não posso suportar, que não faça nunca parte dessa pequena alma que desconsolada teima em guardar."

(A.B. Giordano)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

espera sem partida

...de encontro ao remoto passado,
no espelho empoeirado.
vi os olhos,
o rosto manchado.
as faces escondidas pela tempestuosa corrida.
os males e os fardos amarrados.
quando ainda eram solitários.
mesmo após o caminho cercado.
mesmo entre os arames farpados.
era frio.
já não é mais.
tornou-se apenas o circuito por onde se caminha com os pés descalços no asfalto.
mesmo que seja lua,
ainda que haja sol.
vir-se-ia o cenário que se amarela com o ácido.
o esfarelar do pedaço de fita que encara a brisa.
corroído pela fumaça,
esmoecendo devagar enquanto o sangue seca.
enquanto se espera.
fétido e insólito.
curioso e insolente,
na vertigem que se observa do alto de cada cume assombroso.
entrelaçado nos ossos do humilde cavalheiro.
sobre penas e pó,
acariciado pelo desejo de ser renegado,
enquanto espera pela sórdida companhia de uma dama sem alma...

(A.B. Giordano)


terça-feira, 24 de agosto de 2010

Desencontro

Foge ao alcance do fogo.
Fica em vão e sem rumo.
Pede o fim da tormenta.
Que vá a chuva, que fique a seca.
Mais ainda quando molha o quintal.
Aguando a calma de minhas gotas de sabão.
Os frascos vazios de sal.
Os vasos cheios de flores sem vida.
Inspirando a nudez na fala.
Ao redor da casa.
Na janela da sala.
Pelas paredes e as cercas que aprisionaram o caos.
Nas caladas e homogeneas noites de primavera.
Inundadas de gotas, de água.
Roubam o doce da epiderme.
Fica o amargo da renda que a ama deixou na varanda.
Incompleto, esquecido.
Mal feito pelas mão trêmulas da senilidade.
Traz a cal que despenca dos telhados e tetos.
Na mesa que serve o pão do descontentamento.
Desordenado.
Desordenado é o pensamento...
Faz jus a luz e nunca ao momento.
Ignorando a lógica.
Correndo em círculos pelo labirinto da mente do curioso.
Nos capítulos da herdada estória.
Acuado pela fidelidade do que se chama sociedade.
Corre na veia do mago.
Esquecido pela idade.
Sobe e desce a ladeira da incoerente memória.
Desordenado.
Descontente com a corrente.
Em busca do fracasso de outrora.
Solitário pela rua do perdão esquizofrenico.
Sem luar e sem coesão.
Despido de riqueza ou razão.
Em meio as frases de outro alguém ainda mais sem coração.

(A.B. Giordano)


domingo, 15 de agosto de 2010

...

Quem disse que não sabia, mentiu.
Disse que não poderia e fugiu.

Nada do que se viu um dia restou na memória.
O que se vê traz apenas uma parte da história.

Mesmo que se apague, saberei que foi real.
Ainda de desapareça, terei certeza que existiu.

Falha o bom senso, mas permanece o inegável.
Desgasta no tempo apenas na falta da sabedoria.

(A.B. Giordano)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

rascunho...

Se fosse pra falar,
o que mais eu poderia dizer?
Tudo que sei ja disse.
O que havia de concreto despejei sobre a mesa.
Sobram só isso; as sobras.
E de que vale perpetuar o que está fadado a acabar?
Ninguém se importa mesmo....
E mesmo que o caso fosse outro,
que motivos ainda me fariam voltar atras?
Ilusão se encontra em qualquer esquina.
Pra que mais uma nessa vida torta e sem rumo?
Fica o despejo.
Adeus ao apelo.
De resto não há como perdurar.
Resto e sobra.
O fim do poço vazio; sem água sem palavras, sem algo que o valha.

(A.B. Giordano)

dois e dois

esqueça a regra.
faça de conta que somos só eu e você essa noite.
pense no que há de melhor.
acrescente ao momento.
diga tudo que quiser.
mesmo que não faça sentido algum.
me prenda na sua cintura.
não há mais como eu me perder de você.
o futuro não vai voltar essa noite.
o dia de ontem é o mesmo de hoje.
ate que haja um elo quebrado.
mesmo que for esquecido,
ainda será lembrado.
faça o que fizer,
só não me traga de volta a razão.
pois nela um dia me perdi.
e nada me falta hoje.
nem ar, nem bem, nem mar, sol ou luar.
nem tampouco a ti.

(A.B. Giordano)


terça-feira, 10 de agosto de 2010

Fim

"E quem foi que disse que o amor não acaba?
Quem disse que seria eterno e fez com que eu me sentisse enganada?
A manha que se despede sorri com cinismo.
Só o sol a me fitar me traz de volta abrigo.
O orvalho secou, nada resta pra provar.
Sentimento que vem e vai, assim como o amor,
são todos aqueles que o coração pode abrigar."

(A.B. Giordano)

Carta de amor

Me lembro do seu olhar, e de como me sinto quando ele parece ser meu... Quando penso em você, quase posso sentir seu perfume no ar...
Sinto seu abraço, seus braços sobre os meus ombros... O toque dos seus lábios sobre a minha testa, e o calor que me toma quando aberta minha cintura contra o seu corpo...
A saudade que sinto quando está tão perto sem que eu possa te tocar, e o temor que vem quando chega a hora de te deixar...
Lembro do seu rosto... quando passa a mão sob a testa porque está preocupado, ou quando levanta a sobrancelha quando fica inconformado... suas caras sempre são as mesmas, mas é seu jeito de fazê-las que me fascina cada vez que as vejo...
Seu olhar indecifrável, único entre os tantos que guardei na memória, hora me faz feliz por não saber tudo à seu respeito, hora me assusta pois quando o vejo, não sei o que dizer...
Penso na alegria que sinto quando estou ao seu lado, quando conversamos e sei que você me ouve de fato...
A falta que me faz a sua voz.. como fiquei triste quando disse que ligaria e o telefone não tocou...
A lembrança de meus sonhos quando os tenho ao passar a noite ao seu lado, o medo que já senti quando te vi tão vulnerável...
A vontade que tive de dizer sim, e a felicidade por ter dito não... o medo de ter perdido a chance, a alegria de ter recebido seu cartão com as palavras certas para descrever toda essa confusão...
Quando te vejo dormir, me apaixono ainda mais pela beleza do seu semblante... sinto a calma que te percorre e esqueço de tudo que existe...
Quando você sorri pra mim... quando põe a mão sobre a minha perna quando estamos sentados juntos... sua mão sobre o meu cabelo quando me beija de uma forma diferente...
Quando vem me dizer oi e me abraça lentamente...
Seu jeito de sentar e expressar tudo o que esta pensando com um olhar... a forma como fala, não só comigo, mas com todos que vem te questionar...
Sua serenidade, a calma que habita no seu caminhar... seu cuidado ao sempre me deixar passar... a forma como pega na minha mão ou me abraça ao caminharmos... sua delicadeza quando se aproxima ou quando começa a falar... É tudo tão perfeito que às vezes nem posso acreditar...
Me lembro da primeira vez que o vi, até a despedida de ontem quando você teve que partir...
A dor que sinto quando sei que não vou te ver se transforma em saudade...
Sinto sua falta do momento em que abro os olhos pela manhã, até quando os fecho novamente para dormir... Me sinto livre ao seu lado e nada me preocupa além do tempo, pois de tudo que existe, sinto que só ele é capaz de te levar pra longe de mim a qualquer momento...

(A.B. Giordano)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

(Sem Titulo)

Não sei se você vê o que vejo,
Se sente o que sinto,
Se vai ou se fica...


Não sei se suas horas são tão longas quanto as minhas,
Se sua estrada e tão escura e sombria,
Se está tão perdido quanto eu dentro dessas linhas...

Não sei o que dizer,
Às vezes tenho ate medo de pensar,
Não sei o que você vê
E nem sei aonde esta.


Não sei de seus temores,
E não sei porque não quer me mostrar.
Não entendo esse seu novo rosto,
Mas não quero te pressionar,

Apesar de ter meus medos,
Desta vez não vou me deixar levar.
E quem sabe o que esta por vir,
Será que o sentimento virá ou me fará partir?
Serei eu pra você,
e você pra mim?
Será esta a razão pra se viver?
Ou será apenas loucura ou paixão,

Amor insano, ou quem sabe ilusão...


E será você aquele a me esperar na janela,
A me fazer companhia nesta vida singela?
Será que existe enfim um “nós” ?
Ou estou a sonhar com seus olhos debaixo de meus frios lençóis?

E se ainda não houver,
Mas estiver pra existir,
Como saberei enfim o que é,
Se às vezes tenho vontade de partir?..
Partir pra longe de teu tão sereno encanto,
Que me fascina e detém,
Me alucina e me faz refém...

Tento fugir do teu olhar,
Pois às vezes não sei o que pensar...
Mas não posso mais te ignorar.
Nem mais sequer tentar...
Pois sem teu calor, nada mais além do inverno haverá,
Sem teus beijos, enfim não serei capaz de nem mesmo respirar.
Sem seus braços sobre meus ombros, não haverá quem poderá mais me salvar,
E sem a luz dos teus olhos enfim,
A luz do meu mundo então se apagará...


E quanto mais ainda preciso falar,
Pra que você entenda meu motivo pra sonhar?

"Perdi minhas palavras um dia,
Mas você as trouxe de volta pra mim.
E mesmo que não haja um jeito
De te agradecer por tal bondade,
Mando-te todos meus beijos
Pra simplesmente terminar esta frase..."


(A.B. Giordano)

domingo, 8 de agosto de 2010

Pra não dizer que não amei..

Eu me sinto tão sozinha às vezes,
E tenho medo de te procurar.
Tenho medo que você não vá estar lá,
Ou que diga algo que vai me magoar.
Tenho medo do seu olhar,
De ver dentro dele que não existe mais um lugar pra mim...
Tenho medo de que você não entenda
Ou que ache idiota os motivos pelos quais eu choro,
Que me esqueça...

Eu procuro a sua mão,
Tento ver seu rosto.
Imagino seu sorriso.
Como eu queria que você estivesse aqui...
Pois assim eu poderia dizer que te amo,
E sua mão tocaria a minha.
Assim como seus lábios,
E eu poderia sentir que não há mais motivos pra temer...
Minhas lagrimas parariam de inundar meus olhos,
E meu coração poderia então,
Simplesmente,
Acalmar...

Eu amo você.
De verdade.
E se quer saber,
Não sei mais o que faço pra que você entenda,
Que às vezes eu preciso te ouvir dizer o que sente.
Preciso que você me mostre se posso te amar,
Ou se meu sentimento não passa de uma ilusão.
Preciso sentir que há algo em você,
Se seu desejo é também estar ao meu lado.
Preciso saber se você quer ficar ou partir,
que me diga sim ou não,
Que me mostre que você esta lá quando estiver ao meu lado,
E que mesmo longe,
Uma parte sua fica comigo...

Sei que isso parece idiota,
Mas preciso dizer o que eu sinto.
Do contrario,
Acabaria fugindo de você,
pois é isso que sempre fiz.
E simplesmente um dia
Tudo acabaria sem explicação...

E eu não queria que isso acontecesse..
Não com você.
Pois o que hoje você significa pra mim,
É mais do que eu poderia sequer tentar expressar...


(A.B. Giordano)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Incorrigível

Que haja um silêncio,
na prece da mãe,
no apelo do pai.
Que haja alento.

Acolhido pelo peito,
abraçado mesmo que pelo vento.
Seja verdadeiro,
ainda que só neste momento.

É aquecido,
amado.
Sob a abóbada encoberta.
É eterno.

Salvo o sopro do calafrio,
tudo que sobra de algo que vez passada foi vazio,
é céu e mar.
O canto claro na sala de estar.

Fiel.
Seguro.
O seio materno,
no terno abraço paterno.

Incorrigível como não pode deixar de ser.
Coberto de cores,
acompanhado do amanhecer.
É o desejo de algo que não cabe descrever.


(A.B. Giordano)

domingo, 1 de agosto de 2010

Helpless

Não me deixe a mercê das sombras!
Levante-se e corra comigo!
Acorde de uma vez!
Seja quem for, não fuja. Não hoje!

Que será de mim quando a noite chegar?
Que chances tenho eu de vislumbrar outro amanhecer?
Não vê que estou só?
Não percebe que nada me restou além do medo e do terror?

Se fosse cedo, eu te deixaria partir,
porem a lua ainda brilha sobre o telhado de madeira.
Se fosse sol, nada me preocuparia,
mas sem a luz permanecem frias as infinitas sombras.

(A.B. Giordano)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Confesso

Me perdi por entre quase todos os dias.
Horas não me são familiares.
Nada que se possa contar me interessaria.

Segui as pegadas,
mas não seja tolo de me perguntar;
que horas espera ver se não desfrutaste sequer o segundo que acabara de passar?

Não me questione mais!
Seja fiel ao encontro, nada mais.
Tenha coragem e me olhe nos olhos e nada mais.

Sussurrarei em teu túmulo.
Perdoe-me se acaso eu chorar.
Minha façanha em ser cruel me faz jus mesmo quando a lágrima teima em derramar.

Silenciarei teus olhos. Cerrarei teu falar.
Já coroei teus pesares, mas ainda sim teimo em negar.

Pois então fuja! Fuja e não me deixes te encontrar.
Arraste tua cova para o mais longe que puder.

E então quando minha carne decidir repousar,
e eu tiver todas as mágoas para contar e os infinitos dias para decifrar,
Não seja tolo ao acreditar que pode sequer tentar me perdoar.

(A.B. Giordano)
"Não posso então correr o risco de simplesmente morrer,
uma vez que sou capaz de ver que somente os céticos não entendem o que tal palavra quer dizer".
(A.B. Giordano)

Quem sabe ao certo

E eu que pensei poder manter minha sanidade.
Acreditei que tudo que me resta fosse meu para guardar...
Porem a dor não é minha,
pertence a outro alguém. Outro lugar.
Quisera saber quando a primavera veio e me fez encantar.
Quisera que na véspera não tivesse mantido a loucura em proteção.
E que palavras loucas são essas que fazem com que o vento mude a direção e me atinja sem pestanejar?..
Seria a liberdade a me socorrer?
Seria um anjo perdido a me proteger?
Quem sabe ao certo? Quem poderia saber?
Perambulando por entre os abismos, só o eco é quem ousa replicar.
E mesmo que sonífero,
na escuridão do labirinto a nos cercar,
Ouvirei a voz do arquiteto me pedindo pra acreditar.
Seria formoso.
Acampada na relva do vale infinito o faria me escutar.

"Oh céus, que grande e infundado infortúnio deste aos homens ao permitir a possibilidade de sonhar...
Pois fadados a desilusão nos deixaste estar".

(A.B. Giordano)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Nada mais

Descalços são os pés frios e calejados a torturar a carne.
Em busca da razão.
Uma incessante peregrinação.
Sem inicio.
Nunca um fim.
Procurando o sentido,
um meio de encorajar a vã existência.
Perdidos entre o que sobra do espaço.
Sozinhos e constantes como o desespero em si.
Falta a solução,
não mais do que a própria razão.
Sem a esperança do encontro.
Caminham apenas por não saber parar.
São feitos de ossos,
regados com sangue.
São doloridos.
São vivos.
Conhecem apenas o duro cimento e nada mais.
(A.B. Giordano)

domingo, 18 de julho de 2010

Que a imaculada solidão que devora os pequenos e os bons,
não seja tão fria esta noite.
Que seja clemente, paciente.
Ainda que as lagrimas sejam verdadeiras,
permaneça em silêncio,
deixe que o suor aqueça.
Sempre em busca do fiel amador pensamento,
seja bom ou desapareça.
Desapareça com o vento, esqueça de um ou qualquer endereço.
Seja amavel.
Não me negue abrigo no amargo e corrosivo mar salgado.
Seja breve então.
Seja cuidadoso.
Pois eis aqui o resquicio de minha sanidade...

(A.B. Giordano)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Peregrino

"(...)Enquanto os olhos se torcem de pavor,
Os lábios corroem o resto do que sobrou.
Sofridas vozes ecoam pelo túnel sombrio,
Em busca do corte que mata e devolve a paz ao peregrino(...)"

(A.B. Giordano)

-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Se, e então nada

O que quer que seja, não vou me arrepender.
Não vou remoer ou relembrar ou sofrer.
Deixo pra lá.
Já esqueci...
Apesar do medo ainda,
Tenho fé.
E fé nada mais é do que o que já é;
Uma confiança absoluta.
Resoluta.
Cegamente e sem culpa.
Amanheço novamente.
Sigo meu caminho, que vai sempre em frente.
Incrivelmente.
Solenemente.
Não só em minha singular e grandiosa mente.
É mais do que vejo,
Mais do que sinto.
Mas nada mais é do que do que um simples mito.
Vagam pela alma, supostos ventos de outrora.
Supostas frases de outrem.
Frases que vão, ventos que vem.
Inconscientes.
Iminentes.
Inconseqüentes.
Pelo prazer de sonhar somente.
São altos sem baixo.
Começo meio fim.
Escuro.
Sem textura.
Duvidosamente segura...
E por que não como amores?
Uma vez que a vogal está indubitavelmente à altura...
A não ser pelo universo que a envolve,
Nada mais a cobre.
Seria mais do que mar. Mais do que ar. Mais do mesmo que já está lá.
E de quem falamos então?
Senão do pequeno engano que me causastes com seu não.
Tudo pó.
Cinzas que vagam com a brisa.
Sem destino.
Sem motivo.
Sem morada.
Nada fez pra sem amada.
Não.
E tudo por conta da falta de um sim.
E sim, se é como dissestes em segredo pra mim.
Sem silaba alguma ou frase nenhuma.
Se, e então nada.
Nem pra mim.
Nem pra ti.
Ora fosse por amor.
Sem preço pela angustia de uma dor.
Sem sim.
Só não.
Só mim.
Na presença então.
Não sua.
Sim minha.
Só por hoje.
Mesmo que não haja mais palavras por entre essas linhas.
E sou eu.
Ninguém mais.
Em paz.
Pois com as letras que fortemente quiseste me negar,
Fui mais longe do que um dia puderas tu sonhar.
E se apenas tu aprendeste o que tanto tentei lhe ensinar.
Tudo caminha de volta, sempre para o mesmo lugar...
E amanheço novamente.
Cegamente e sem culpa.
Resoluta.
Uma confiança absoluta.
E fé nada mais é do que o que já é;
Tenho fé.
Apesar do medo ainda,
Já esqueci...
Deixo pra lá.
Não vou remoer ou relembrar ou sofrer.
O que quer que seja, não vou me arrepender.

(A.B. Giordano)


terça-feira, 13 de julho de 2010

Sendo assim, que seja enfim...

Tem dias em que a inspiração simplesmente não existe.
Palavras e textos são muito mais do que se pode suportar.
E nada do que eu diga vai fazer o menor sentido.

E assim, eu fecho os olhos, esqueço do mundo e me cubro de perguntas sem resposta.
Prefiro ficar só. Apreciar a solidão. Entender dos meus próprios devaneios e flutuar pelas paredes do quarto.
Quem dera eu apenas soubesse o que fazer quando o mundo desaparece.
Quem dera fosse dia agora e a noite não viesse.
Mesmo que a sintonia esteja perdida,
A melancolia ainda é minha melhor amiga.

E nada e nem ninguém existe .
Nada do que antes habitava o quadrado isolado.
Simples como o vôo dos pássaros, são os dedos a deslizar nas teclas duras do asfalto.
São nobres, porem quando não são vazias mais uma vez.
Cheias de vida quando a vida convém.

E nada do que eu diga vai fazer diferença um dia.
Nada do que foi dito tem a pretensão de existir para sempre.
E tudo que se vê é como se não existisse.

O sono bate,
Meus olhos se fecham de novo.
Mais um dia desperdiçado?
Mais uma noite de sonhos e cansaço?
Será que resta algo ainda perdido no espaço?
E se ninguém se lembrar?
E se nunca for feito pra existir e nem habitar?
Se for vão e sórdido como a falta do ar?
E se for verdadeiro por não ser mais do que um sonho em paz com o luar?
E se nada do que eu disse fosse feito pra existir, como faço pra voar?
Se nem o som da minha voz estremece quando a duvida me acomete e me faz suar?

Queria uma asa pra me apoiar.
Um doce canto pra me fazer chorar.
Queria ser viva e saber viver e amar.
Estar viva quando o ar quer me matar.

E de que adianta querer,
Se quando preciso provar pra mim mesma que ainda posso respirar,
Me recuso a levantar,
E morro com o som do vento leve a me assoprar?

Queria ter vida e saber o que é morrer.
Entender a diferença entre o céu e a terra e o mar...

Mas o que me resta é deitar,
Dormir e sonhar.
Quem sabe quando vou acordar...

Aprender a acreditar e deixar de lado a inquietude que carrega minha paz pra outro lugar.

(A.B. Giordano)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Sonhava...

“She looked over the window, waiting for the rain to fade.
Wishing for a night full of stars... the moon.

Enquanto as gotas batiam no vidro da janela,
Ela imaginava. Sonhava... acreditava.
Talvez fosse o vento o único, num segundo de instante, a lhe falar e a lhe ouvir.
Talvez fosse o som... de cada gota que encostava no chão, seu único refugio.
Ou quem sabe, fosse apenas a esperança de que o mundo ainda girava, mesmo depois de lhe parecer ter acabado.
Quem sabe não era a porta da varanda a bater que lhe tirava a concentração.
E se fosse, então por que?
O pensamento vagando incomodava...
Faltava ar na sala.
O radio ligado, não lhe dizia nada. Nada lhe parecia estar vivo.
Ate a samambaia pendurada ao lado da porta lhe ignorava, voltada para a parede, como se estivesse ainda mais triste.
E tudo lhe fazia falta.
Tudo parecia vazio.
Só. E ate grande demais.
Seu coração teimava em bater... em lhe fazer viver, mesmo que sua alma já estivesse em outro lugar, seu corpo não parecia disposto a desistir de tentar.
E ao encostar a cabeça no braço do sofá, fechou os olhos e pensou:
“Se amanha ou depois, simplesmente irei morrer, então qual a necessidade de viver? Se de repente, meu coração parar de bater, então por que não deixar pra lá? Por que então viver? Pra que respirar? Por que tudo tem importância se vai acabar?”
E vagou noite a fora com os pensamentos crescendo em sua mente.
Tentou esquecer, mas nada a fazia voltar atrás.
Era tarde demais.
"Too damn late..."
Olhou a sua volta. Buscou uma resposta.
Buscou uma solução, mas o mistério que habita na vida, é tão grande ou maior do que habita na morte.
E talvez fosse melhor mesmo que continuasse assim, pois pelo menos podia ouvir o som das águas que caem misteriosamente do céu. Sentir a brisa chegando, invisível.
Pois respostas são apenas respostas. Pode-se viver com ou sem elas.
Mas o que fazer quando se vive na duvida? Na duvida do que é viver?

(A.B. Giordano)


domingo, 11 de julho de 2010

Filme: A Guide to Recognizing Your Saints - Cena Final



Tem certas coisas que realmente são marcantes. E essa cena, definitivamente, é uma delas.

Normalmente, os filmes que são estrelados por ele - Robert Downey Jr - são impressionantes.
É incrivel como um ator pode ser doar tanto para um papel, a ponto de quase te fazer acreditar que aquilo que vemos na tela é real.

E é devido a atuações como esta, que eu nunca me canso de vê-lo em ação.

sábado, 10 de julho de 2010

Começo sem fim

"Talvez as razões não sejam claras,
Ou quem sabe, não seja pelas razões afinal de contas.
Mais do que sobreviver, é preciso viver.
Mais do que fazer, é preciso sonhar.
E o que faz com que haja ainda,
Mesmo que desconhecida,
Uma razão?

Alguém disse uma vez:
“Pra que viver enfim, se o que nos espera é apenas a morte nesse fim?”.
E ate que ponto, isso existe?
Quer dizer,
O que separa cada ação, cada pedaço, cada suspiro de alguém que caminha pela rua, daqueles que nos despedimos e vimos desaparecer?
O que faz com que haja razão para cada ação?
O que é a vida? A morte? A carne? Uma alma?
Pra que viver, se a vida não nos leva pra outro caminho se não seu oposto?
O que nos torna diferentes enfim?
Por que então buscar uma razão ainda?
Tantos desejos e almejos.
Tanta vontade, mesmo que à parte da coragem.
E que faz de mim, algo diferente de você, senão a junção de apenas silabas incomuns.
Cada batida de um coração.
Tão sobrecarregado pela obrigação de ser.
Quem sabe sem propósito, sem motivo.
E por que ainda necessário.
De onde vem cada milímetro de ar que traz esse algo que tentamos tanto preservar - mesmo que sem sucesso - a vida?
E de qual vida então estamos falando?
De que se trata tal palavra?
Se o vento que destrói, é o mesmo que modifica, por que então deve ainda haver uma Senhora Vida?
Os olhos buscam a luz, trazem a tona o que alcançam.
Os sons espalham-se causando sensações.
O medo nos torna obcecados.
Vazios, solitários, ingratos.
Maus.

E nada então faz sentido enfim.
E sim, chega-se ao fim.
Seja da vida, da morte, da sorte.
De tudo…
E se há tudo.
Que é nada.
Que é mais ou menos.
Ou ainda nada de mais.

Se não fosse pelo tão grande medo da morte, que a tantos de nós envolve, então que seria de mim?...
E se a busca não tem fim, que propósito posso ter então?
De que adianta respirar apenas para poder dizer,
Que o que me separa de mim é apenas uma silaba.
Sou eu louca por querer saber, ou apenas louca por não entender e ter medo do que pode acontecer?
E se for assim, que seja enfim.

Apenas me esquecerei de que penso, ou logo que existo,
Deixo que haja algo em mim que vive, ou que morre,
Que me traga paz, ou desordem.
Que seja bom, seja mal.
Seja eu.
Ate que este seja o final."

(A.B. Giordano)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Nada mais, nada menos

Às vezes é como se o mundo inteiro fosse uma esplendida conspiração.
Como se tudo fosse apenas uma parte do que ainda há por vir.

Mesmo quando uma porta se fecha bem a sua frente,
Não significa que o mundo inteiro se fecha também.

Não há mais do que se deve ter,
Nem menos do que deveria ser.
As horas não são como inimigas no final das contas.

Basta olhar pra cima,
Busque o céu que te envolve,
Entenda o significado da vida pra você mesmo,
Ao invés de procurar nos olhos de outros.

Entenda que nem tudo que vem, sempre vai.
Encontre o motivo de um riso dentro da sua razão.
Mesmo que não haja nada que te prende ao mundo imaginário,
Acredite que ele faz parte do mundo real,
De uma forma ou de outra.

Pra cada lagrima que cai, uma dor subtrai.

Não esconda o que te faz ser pleno,
Saiba compartilhar o que te divide.
E o que te faz ser apenas,
Nada mais,
Nada menos,
Do que apenas
Você.

(A.B. Giordano)

As S. Holmes would say:
 "Put a though..."

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Maybe

"Sometimes,
there is no warm.
Only cold takes place.
And your heart remains,
frozen, cold and hard.
Waiting for the sun to come and take it's place in the sky.
And then,
maybe,
you'll get to let some joy share the room."
(A.B. Giordano)

domingo, 4 de julho de 2010

Silêncio

Ancorado nos pés do poeta,
sem cor ou sequer poesia.
Convocando, quem sabe,
resquícios da soberana magia.

Silêncio, desejado silêncio.

Sobrevoa a juventude,
castra o sim; revoga o não.
Saboreando a liberdade,
os restos de sucata pelo chão.

Silêncio, ansioso silêncio.

Pede ao dia que morra enfim,
sufocado no horizonte amaldiçoado.
Mergulhando pelo abismo da imensidão.
Detenha o salto, demônio enfeitiçado!

Silêncio, recatado silêncio.

Na escuridão que me cerca,
esqueço do dom de respirar.
Assimilo o vazio entre o orvalho,
na calada da noite a me esperar.

Silêncio, mero silêncio.


(A. B. Giordano)

Eterno

Rompa com a máscara,
esqueça do frio.
Oh, que dia, entre a noite e a vida.

Pouco se disse,
entre linhas que não se pode mais ler.
Com a roupagem da escuridão,
sob a toscana da solidão.

Enquanto não há folhas por cair,
gozo do sol de verão.
Perco mais do que possuo.
Oh infalível sombra,
me deixe perecer por entre a eternidade e o fim.

Circulo pela rota selvagem.
Quem pode dizer que me deixei perder?

Dizer-lhe-ia que nada se fortalece, além do cascalho,
entre, quando existe, um pouco de heresia.
Soluçando pelo assoalho,
flertando com a senhora da morte,
sem hesitar.
Queria eu apenas recomeçar.

Roubando constantes notas musicais,
dar-me-ia um pouco de solidariedade.

Ao soar da madrugada,
sem ti, sem mim,
recorrendo ao peso do veneno terreno.

Recostando por entre os ocos,
troncos; vazios e sem respiração.
Bucólicos, serenos.

E repousa sobre mim,
a ameça do barqueiro.
Sincera, ainda por ser eterna.

Oh, eternidade macabra e severa.
Retira tua lança, que me espreita,
me aceita, contra o peito, entre as oliveiras.

Abusa do cárcere que interpreta o sábio,
e me faz livre para que fuja,
entre outras vezes, do solitário encontro com a razão enfim.

(A. B. Giordano)


sábado, 3 de julho de 2010

Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio

Não, não te assustes: não fugiu o meu espírito
Vê em mim um crânio, o único que existe
Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,
Tudo aquilo que flui jamais é triste.

Vivi, amei, bebi, tal como tu; morri;
Que renuncie a terra aos ossos meus
Enche! Não podes injuriar-me; tem o verme
Lábios mais repugnantes do que os teus olhos.

Onde outrora brilhou, talvez, minha razão,
Para ajudar os outros brilhe agora eu;
Substituto haverá mais nobre que o vinho
Se o nosso cérebro já se perdeu?

Bebe enquanto puderes; quando tu e os teus
Já tiverdes partido, uma outra gente
Possa te redimir da terra que abraçar-te,
E festeje com o morto e a própria rima tente.

E por que não? Se as frontes geram tal tristeza
Através da existência -curto dia-,
Redimidas dos vermes e da argila
Ao menos possam ter alguma serventia

(Lord Byron)

When I Shall Sleep

Oh, for the time when I shall sleep
Without identity,
And never care how rain may steep,
Or snow may cover me!
No promised heaven these wild desires
Could all, or half, fulful;
No threatened hell, with quenchless fires,
Subdue this quenchless will!

So said I, and still say the same;
Still, to my death, will say—
Three gods within this little frame
Are warring night and day:
Heaven could not hold them all, and yet
They all are held in me;
And must be mine till I forget
My present entity!

Oh, for the time when in my breast
Their struggles will be o'er!
Oh, for the day when I shall rest,
And never suffer more!

Emily Bronte




Questions with no answers.. ( by Charles Darwin)

"Porque é que certas cores, certos tons e certas formas agradam ao homem e aos animais inferiores, isto é, como é que o sentido da beleza, na sua forma mais simples, foi inicialmente adquirido?"
 
 
 
"Houve um extermínio de uma infinitude de elos de ligação entre os habitantes do mundo que vivem actualmente e os que estão extintos, e, a cada período sucessivo, entre as espécies extintas e as espécies ainda mais antigas. Então porque é que cada formação geológica não está carregada desses elos? Porque é que cada colecção de restos fósseis não nos fornece provas claras da gradação e mutação das formas de vida?"
 
 
 
"Porque é que todos os seres vivos não se misturaram uns com os outros, formando um caos inextricável?"
 
 
 
"Quem conseguir explicar de modo claro e distinto, por exemplo, por que razão um elefante ou uma raposa não se reproduzem em cativeiro, mesmo que este seja no seu território natural, ao passo que o porco ou o cão domésticos se reproduzem nas mais diversificadas condições, também será capaz de dar uma resposta concreta ao porquê de duas espécies distintas, quando cruzadas, assim como os seus descendentes híbridos, se tornarem geralmente mais ou menos estéreis, enquanto duas variedades domésticas, quando cruzadas, assim como os seus descendentes mestiços, se manterem perfeitamente férteis."
 
 
From the Book "The Origin of Species"
Charles Robert Darwin
     1809 - 1882
 
 

Carta de Holmes a Watson.

"Meu caro Watson,

Se lhe escrevo estas poucas linhas, devo-o à cortesia do sr. Moriarty, que, muito delicadamente, me espera para a discussão final das questões que existem entre nós. Deu-me um esboço dos métodos de que se utilizou para evitar a polícia inglesa e se manter informado de todos os nossos movimentos. Sem sombra de dúvida, confirma a elevada opinião que eu formava de suas aptidões. Alegra-me pensar que livrarei a sociedade, de ora em diante, dos atos do professor Moriarty, embora receie que seja à custa de algo que afligirá meus amigos, muito em especial a você, meu caro Watson. Mas eu já lhe expliquei que minha carreira chegou a uma encruzilhada, e que nenhuma outra conclusão me poderia ser mais lógica do que esta. Com efeito, quero fazer-lhe uma confissão completa: eu tinha certeza de que a carta de Meiringen era uma mistificação, e fiquei feliz por você ter partido na missão que supunha verdadeira, visto ter a certeza de que um fato como este teria de suceder. Diga ao inspetor Patterson que os papéis de que ele necessita para provar a culpabilidade da quadrilha estão na repartição M do fichário, dentro de um envelope azul com a inscrição 'Moriarty'. Já tratei de tudo o que diz respeito às minhas posses, que deixei a meu irmão Mycroft antes de partir da Inglaterra. Transmita, por favor, meus cumprimentos à sra. Watson, e creia em mim, para sempre, meu caro amigo.


Muito sinceramente seu,

Sherlock Holmes."
 
(Sir. A. Conan Doyle)

 Sherlock Holmes

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A mais pura e sincera beleza de uma alma.



Cloths of Heaven


Had I the heavens’ embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams.

                                                                                                                                   W. B. Yeats


quarta-feira, 30 de junho de 2010

Novo, de novo... mais do que recomeço.

Ainda que não haja um motivo,
ou ainda que não se saiba qual seja,
ainda sim, existe uma razão pra tudo.

E mesmo quando se tem a certeza se que o fim é tudo que resta,
algo acontece.
e a vida volta a ser real.

Pode ser que não da forma que se esperava.
Muitas vezes é exatamente o oposto...
Mas ainda sim,
ainda sim é real.

Não é facil aceitar aquilo que acreditavamos ainda não estarmos prontos pra vivenciar,
mais é nessa hora que você tem de aceitar que nada é por acaso,
que tudo tem um propósito.
Mesmo que você não entenda,
ou mesmo que não queira entender,
acredite que o caminho que se apresenta a você é o caminho certo a seguir.

Mesmo que pareça impossivel,
ainda que não seja aquilo que você esperava,
mesmo que vá contra seus desejos,
seja paciente. Seja humilde,
acredite que logo à frente,
outra porta está a sua espera.
Confie e siga em frente.
Não tenha medo.
Apenas confie,
e se quiser,
de um voto de confiança a sua  fé...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Mais do que pés.

Pode ser que não haja razão,
talvez não haja emoção.
Talvez por isso, seja tão dificil lutar pra manter os pés no chão.

Quando é noite e você se pergunta:
"O que exatamente eu fiz enquanto era dia?"

É mais do que só um monte de sentimentos,
é mais complexo do que ainda podemos entender.
Mais estranho, por mais simples que possa parecer.

Só quando nos afogamos é que lembramos do ar,
só quando choramos é que entendemos o porque do sorriso.
Apenas quando sofremos, podemos ver o quanto é precioso um abraço sincero.

Tudo que já sabemos e não precisamos de ninguem pra nos dizer.
Só é verdadeiro quando parece que nos falta motivo pra viver.

"E a solidão que penetra as paredes do quarto,
torna frio o silêncio que perdura no tempo,
faz morada em meio ao peito,
imobiliza a alma do detento.
Dos pés a cabeça,
mais do que pés,
de toda a existencia.
Mais do que a alma,
de cada celula que constroi a tal existencia."

sábado, 10 de abril de 2010

Shine on me.

"Era noite, um dia qualquer. Foi como ouvir o som do mar, sussurrando baixinho pra lua, pedindo pra que o sol viesse a se atrasar.
Só as estrelas a testemunhar o milagre do universo a se recriar.
Coloquei meus dedos na areia, esperei a agua voltar com as ondas baixas quebrando na beirada da praia.
Fechei os olhos por um momento. A sensação do frio me alertou do que estava por vir. Abri os olhos e preenchi minha mente com a beleza do horizonte. Não era preciso falar, palavras pra descrever alguns sentimentos simplesmente ainda não foram criadas.
Enquanto o ar preenchia meu peito, meus pés afundavam. A paz que habita o mundo simplesmente tomou conta do meu ser... tão pequeno e fragil... no meio de tudo que me rodeia. Diante da magnitude desse lugar chamado Terra.

Foi como se por um minusculo espaço de tempo, eu estivesse sozinha em meio a tudo.
Como se pudesse descrever o que significa a palavra "viver" em todos os pequenos e incontaveis detalhes.
Nada poderia se comparar aquilo.
Absolutamente nada...

Fechei meus olhos novamente e imaginei o ceu sobre mim. Tentei contar as estrelas, encontrar a maior e mais bela de todas.
Abri os olhos e tudo que pude ver foi um pequeno ponto de luz a milhares de kilometros de distancia. Perdi a noção do tempo deslumbrando aquele segundo.
O mundo parou de girar, meu peito deixou de respirar, o som do mar virou silencio e meus olhos deixaram cair uma gota a mais no gigantesco oceano a me tocar.
Senti a brisa passar e levantar meus cabelos. Era hora de voltar.
Nunca mais o horizonte voltou a ser o mesmo.
E nunca mais, eu deixei de acreditar que a perfeição repousa em um segundo de admiração.
Seja pela paz ou pelo desejo de sentir-se em paz, eu sei que no horizonte, há muito mais do que os olhos poderão um dia sequer olhar."

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"Se suas asas estiverem quebradas e seus olhos não forem suficientes pra te fazer enxegar,
apenas abra os braços, feche os olhos e deixe que seu coração mostre o caminho.

Tudo está em perfeição,
exatamente onde e quando deveria estar."

Dear you...

"O tempo que despedaça a alma,
é o mesmo tempo que busca abrigo na noite fria e desolada..."

"É a frase que não foi dita,
quem sabe as palavras escritas.
Tudo que foi perdido ou esquecido,
deixado para trás,
sem chance de existir...
Sem uma chance pra se tornar real.
Pela falta de coragem,
pelo medo da verdade.
Sem caminhos pra voltar,
sem tempo pra recomeçar.
São momentos, e nada mais..."

E o tempo,
amaldiçoado minuto.
Desesperado e sem preço.
Passando por mim,
passa por ti,
sobre meus olhos,
sob o olhar da lua.
Nada mais do que o tempo.
No second chances.

Ate que o amanha finalmente amanheça,
o futuro se torna o passado,
o meio, ignorado..

As folhas que cairem hoje,
voltarão a crescer na proxima primavera,
ate que as raizes sejam arrancadas,
ate que a natureza proclame o fim.
Nada vai impedi-las de crescer,
de nascer.
Mas mesmo assim,
não posso garantir que estarei aqui pra assistir.

... e quando foi que as palavras se tornaram minhas inimigas?
quando foi que me perdi do sentido da vida?
... e se minha alma não pode me encontrar,
que chances tenho eu de acordar?
Se nada me falta,
mais ainda sim.. nada tenho... a não ser o vazio que preenche as linhas e as cartas...

De que adianta o ar, se não há mais motivos pra respirar?
De que adianta abrir os olhos, se não ha mais nada pra se ver...

E que solidão é essa que faz com que meus dias se tornem mais do noites do que sol?

Quais os pedaços que se afastam...
que partes são essas que me quebram pela metade..?

" I've heard 'bout love once...
I've seen it,
and did feel it.
But somehow,
my soul refused...
I went away,
just like that.
Running from my heart.
And as much as I did wish it was the right thing to do,
turns out that, once again,
I was wrong..."

terça-feira, 16 de março de 2010

...dust to dust...

"If I only knew...."

Cada gota que cai,
o orvalho da manha.
O sal da carne,
o sangue que apressa.
Sem conter,
sem alma pra saber.
Perde-se pelo vento,
encontra conforto num arco de cores.
Sopra o mar pra bem longe,
alivia a dor que aflinge o pulso.
São fracos e são mortos.
Encontram desejo e reparação,
separam o suspiro do leito eterno.
São frases desesperadas.
Só frases nunca terminadas.
Sentenças de vida,
causadas por acidentes de rotina.
Em busca da condição perfeita,
sem contorno ou silêncio.

Atravessando muros,
deixam ver prisioneiros.
A guerra que começa e termina
sempre ao final de cada batimento.
Amparadas por nada menos do que travesseiros.

A relva branca e negra,
da água para a costa.
Da esquina ate o infinito.

Só pequenas pontas.
Gotas salgadas,
misturando o velho e o novo.
Escondendo a verdade no horizonte.
Tornando cada movimento obsoleto...

Em reflexões e pensamentos vazios.
Sem classificação alguma.

Jogadas,
empáticas,
secretas,
menos do que mais,
e nada além.

Simples como viver,
tão certo quanto morrer.
Fácil como tocar,
tão estranho quanto amar.
Difícil de olhar,
impossível de acreditar.

Entre os dedos largos,
sem começo, sem fim.
Pedindo pra nascer.
rezando pra não esquecer.

De cinzas e rosas,
mais do que cinzas,
sem o perfume da flor.

Embriagadas pela fumaça,
se parecem mais com dias do que noites.

Não possuem detalhes sequer,
a não ser pelo gosto ainda amargo,
da mesmas cinzas,
sempre cobertas pelo segredo que esconde o fim.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Feitos de palavras e poesia.

''So the light came...
And there I was....
Not alone... not at home... only watching the lovely bones...."

No suspiro final,
levitando sobre o ar entre as folhas caidas pelo jardim,
somente um raio de sol me alcança.
Era o segundo que não se tem,
que se perde por entre mais do que os galhos me fazem ver...
Soprando pra dentro de um mar infinito.
Suave como o toque mas doce do que se pode ser sentido.
Navegando por entre nuvens,
a chuva me acorda e tudo é mais do que um simples despertar.
São divinos pensamentos,
algo que nem mesmo a alma pode tentar explicar.
Sem compreender,
vagando pelos corredores de um lugar desconhecido.
Alterando o curso de tudo aquilo que se julga perdido ou esquecido.
O que resta é apenas beleza,
infinitas palvras descrevendo cada detalhe.
Simples arranjos pra tornar a visão sempre mais rica e valiosa.

Cada mão busca apenas tocar,
não se pode ter aquilo que não foi determinado a permanecer.
Sempre em busca de um olhar,
tentando aprender apenas a amar.
Não guardando cada sentimento,
apenas para permanecer... para ficar.
De encontro ao encanto,
olhando pelo mundo e vagando por entre vales.
Recolhendo pedaços de estrelas,
levo na lembrança, as pequenas coisas que me fizeram acreditar que cada suspiro valeu a pena.

Nunca em vão.
Nem a salvo,
nem são.
Só de encontro ao desconhecido,
mesmo com medo,
em busca de um modesto abrigo.
Feitos de palavras e poesia,
longe de casa, da minha vida,
com a certeza da encontrar um motivo pelo qual ainda quero sentir,
mesmo que daqui a milhares de anos,
um pouco de paz quando minha noite for eterna em meus olhos,
as horas inexistentes,
e o dia interminavel.

Ate o novo começo...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

A menor razão

Que seja então o canto que encanta a trazer os suspiros.
que seja belo e eterno enquanto a vida lhe trouxer abrigo.
Seja ar, seja mar, seja apenas meu...
Que não haja em nada solidão.
Que se houver, que seja pra trazer o conforto do abraço perdido,
dos olhos longinquos.
Seja eterno em meus sorrisos.
Seja perfeito, perfeitamente claro e azul.
Deixe que a luz do sol seja tão bela quanto o sentimento que habita em você.
Amanheça e adormeça sob uma estrela.
Deixe que brilhe e busque um fio de luz por entre seus dedos.
Enquanto há vida,
enquanto há feridas.
Enquanto o riso é seu,
mesmo que longe de perfeito.
Acredite no que quiser, mesmo quando ninguém mais acreditar.
Saiba que não há nada de errado em apenas dormir e sonhar,
mesmo quando seus olhos ainda estiverem abertos.
Mesmo que a noite seja eterna...
Nada é tão real quanto o ar que não se vê.
Que traz a vida pra dentro de cada ser.
Entre o céu e a terra,
apenas no meio do que não somos capazes de compreender.
Ainda sim,
uma parte de mim,
se torna uma parte de tudo.
Mesmo que apenas por um segundo.
Quem sabe nunca suficiente,
mas ainda sim,
existente.
Ainda que no passado,
tem razões maiores do que apenas se pode enxergar...

E como uma canção, calada e solitária,
sem querer toca o chão.
Uma palavra cantada,
move um pedaço da alma que habita em cada coração.
Um músculo seguido de cada batida, de cada paixão.
De sons e sentidos,
que só se vê quando se perde quem sabe,
o que chamamos ainda de visão...

Pelas folhas que o vento traz,
pelos ventos que sinto ao voar.
No cair da chuva,
qua atravessa o longo luar...
Sãs e salvas, cada gota traz consigo um pedaço de lua ou de estrela,
pelo simples fato de apenas tocá-la.

Nem mesmo quando a manha chegar, terei eu encontrado sequer a palavra que o fará me escutar.
Um simples apelo, com medo,
com serenidade no olhar.
Estarei em busca da canção ainda a me guiar,
pelo meio da rua,
por entre o asfalto que cobre tudo ao redor.
Entre casas e árvores,
tudo sem sentido na direção que vou trilhar,
buscando apenas e simplesmente,
uma ajuda para simplificar...

Que a vida, como aprendemos assim a chamar,
não passa de uma ferida que nunca sara e nunca vai se curar,
pois na tentativa, que esta fadada a falhar,
Habita uma saida que não se pode encontrar em nenhum lugar.
Pois tudo que se cura, deixa uma cicatriz pra lembrar.
Mas quando permanece,
faz sentido quando estamos em busca de algo que a fará desaparecer.
E tudo que fazemos, e mantê-la em nossos pensamentos,
sem nunca desviar,
sem deixar pra lá.
Lembrado a cada momento, do porque ainda teimamos em respirar.
Do porque ainda sonhamos e esperamos acordar,
o que é ter esperança, mesmo quando o sonho não puder se realizar...


"A maior lição,
habita na maior queda.
O maior coração,
toma lugar na menor razão".

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Areia e sal.

Em cada canto,
em todo canto.
Sem falas.
Só pedaços.
Pode ser que em vão,
ou quem sabe em mais do que se pode ser, ver... queria eu apenas ter.
Sem mais do que razão,
pouco antes de abrir espaço para a emoção.

Só em vão.
Pequenos resquicios de migalhas e pão.
Perdidos em cada  cerca.
Pode se ver em cada fresta.
Pobres e sem cor,
são farelos,
pouco sabem sobre amor.

E me perdoe pelo falso pudor,
são palavras,
não só o que há nesse universo ao redor.

Se não existe essa tão escuridão,
se tais palavras foram em vão,
que seja belo só o que for bom,
mesmo que haja culpa ou um sereno furor.

Em pedras e pó,
apenas encontra o silêncio.

Em areia e sal,
não encontra mais do que o incosciente sinal.........

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Só... e simples assim.

De solidão em solidão,
um momento se torna real.
Um sonho faz florescer,
e a alma descansa enfim.

Mesmo que só,
onde o que se ouve é apenas a respiração que se tem.
A batida que apenas assim existe e nos mantem.
Ainda sim,
há de existir o som da vida,
ecoando pela janela,
fazendo graça ao prestar a visita.
Permanecendo intacta ao silêncio.

E quantas palavras ficaram ao vento..
Disfarçadas de notas,
quem sabe nuas.
Talvez apenas perdidas por entre as pequenas e longas ruas.

Ao terminar o dia,
convidando a lua a entrar.
Trocando terra por mar.
Sem sequer lembrar-se de descansar.
Na esperança de apenas existir,
e nada mais.

Sem apelo aos céus,
sem apego a chuva.
Mesmo que ao relento da vida,
entre folhas já tão secas,
sopra uma brisa familiar.

Quem sabe eu a confunda com seu tão querido amigo,
o ar.
Quem sabe me distraia antes de vê-la passar.
E se for então,
que me perdoe a desonra.

Que haja apenas o luar,
que venha apenas por um segundo, me iluminar.

Que seja belo em seu tamanho,
e se for cedo, que me traga conforto em seu manto.

Que cresca em cada detalhe,
seja perfeito,
seja meu longo e infinito vale.

Seja meu um dia enfim,
e que a solidão se despeça sem que me encontre, ou volte ate mim.




sábado, 23 de janeiro de 2010

...



Quanto tempo faz desde que crescemos?
Quantas horas já se passaram desde a primeira vez que sentimos o ar pela primeira vez invadir nossos corpos?
E o que se fez da vida desde então?

Quantos de nós sabe o que é viver,
sabe o que significa tudo que nos rodeia?

E o que nos espera uma vez que o sangue secar,
que a mente se esvaziar completamente
e a vida simplesmente terminar?..

O que nos torna o que somos, enfim?
Do que são feitas as escolhas?

Em cada esquina existe mais um de nós.
A cada passo, se esconde uma pegada já antes marcada.
Sob o ceu e o mar,
há ainda mais do que se viu ou se pode imaginar.
Sem fim, eu diria.
E quem sabe, sem começo.
Tudo que temos é o meio e nada mais.
Sem poder medir, sem poder encontrar,
seguimos o caminho sem saber o que nos espera,
sem saber no que vai dar,
sem entender nem mesmo o porque do caminhar...

E quantas vezes nos perdemos por entre essas estradas...
Quantas voltas demos sem cheguar a lugar algum.

Enquanto minha alma repousa sobre a carne,
inundando meus pensamentos,
fico revirando o passado em busca do presente.
Tento entender o futuro,
acreditar que existe um amanha.

Só mesmo a alma pode acreditar,
porque o corpo sequer entende o que há pra ver, uma vez que os segundos se arrastam sem cessar.

Entre as paredes do castelo,
enquanto as cartas se desequilibram,
o ar invade o corpo de alguém pela primeira vez,
ao mesmo tempo que abandona o outro, na derradeira tentativa de permanecer...
Uma lágrima cai,
toca o chão.
Um olhar nasce,
mesmo que cego ainda a visão.

E é tudo pó.
Espalhado e misturado ao cheiro e ao suor.

Sincero e verdadeiro,
cheio de mistério,
coberto de inseguranças.

Somente algo sobrevive quando o infinito parece se aproximar.
Somente um sentimento é forte quando não há mais lugar para segurar.

E que falta faz o que nunca mais poderei tocar.
Aquilo que não irei nunca mais deslumbrar...

O que nos resta então é apenas o que temos.
Aquilo que nos alcança sem esforço, sem penar.
Uma única forma de sobreviver sem fracassar.

esmo que lhe falte o motivo,
que falte amor ou paz.
Tudo que nos resta ate que o futuro possa nos alcançar,
não é muito nem é pouco,
apenas existe,
Assim como o ar.
...