um momento se torna real.
Um sonho faz florescer,
e a alma descansa enfim.
Mesmo que só,
onde o que se ouve é apenas a respiração que se tem.
A batida que apenas assim existe e nos mantem.
Ainda sim,
há de existir o som da vida,
ecoando pela janela,
fazendo graça ao prestar a visita.
Permanecendo intacta ao silêncio.
E quantas palavras ficaram ao vento..
Disfarçadas de notas,
quem sabe nuas.
Talvez apenas perdidas por entre as pequenas e longas ruas.
Ao terminar o dia,
convidando a lua a entrar.
Trocando terra por mar.
Sem sequer lembrar-se de descansar.
Na esperança de apenas existir,
e nada mais.
Sem apelo aos céus,
sem apego a chuva.
Mesmo que ao relento da vida,
entre folhas já tão secas,
sopra uma brisa familiar.
Quem sabe eu a confunda com seu tão querido amigo,
o ar.
Quem sabe me distraia antes de vê-la passar.
E se for então,
que me perdoe a desonra.
Que haja apenas o luar,
que venha apenas por um segundo, me iluminar.
Que seja belo em seu tamanho,
e se for cedo, que me traga conforto em seu manto.
Que cresca em cada detalhe,
seja perfeito,
seja meu longo e infinito vale.
Seja meu um dia enfim,
e que a solidão se despeça sem que me encontre, ou volte ate mim.
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