terça-feira, 16 de março de 2010

...dust to dust...

"If I only knew...."

Cada gota que cai,
o orvalho da manha.
O sal da carne,
o sangue que apressa.
Sem conter,
sem alma pra saber.
Perde-se pelo vento,
encontra conforto num arco de cores.
Sopra o mar pra bem longe,
alivia a dor que aflinge o pulso.
São fracos e são mortos.
Encontram desejo e reparação,
separam o suspiro do leito eterno.
São frases desesperadas.
Só frases nunca terminadas.
Sentenças de vida,
causadas por acidentes de rotina.
Em busca da condição perfeita,
sem contorno ou silêncio.

Atravessando muros,
deixam ver prisioneiros.
A guerra que começa e termina
sempre ao final de cada batimento.
Amparadas por nada menos do que travesseiros.

A relva branca e negra,
da água para a costa.
Da esquina ate o infinito.

Só pequenas pontas.
Gotas salgadas,
misturando o velho e o novo.
Escondendo a verdade no horizonte.
Tornando cada movimento obsoleto...

Em reflexões e pensamentos vazios.
Sem classificação alguma.

Jogadas,
empáticas,
secretas,
menos do que mais,
e nada além.

Simples como viver,
tão certo quanto morrer.
Fácil como tocar,
tão estranho quanto amar.
Difícil de olhar,
impossível de acreditar.

Entre os dedos largos,
sem começo, sem fim.
Pedindo pra nascer.
rezando pra não esquecer.

De cinzas e rosas,
mais do que cinzas,
sem o perfume da flor.

Embriagadas pela fumaça,
se parecem mais com dias do que noites.

Não possuem detalhes sequer,
a não ser pelo gosto ainda amargo,
da mesmas cinzas,
sempre cobertas pelo segredo que esconde o fim.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Feitos de palavras e poesia.

''So the light came...
And there I was....
Not alone... not at home... only watching the lovely bones...."

No suspiro final,
levitando sobre o ar entre as folhas caidas pelo jardim,
somente um raio de sol me alcança.
Era o segundo que não se tem,
que se perde por entre mais do que os galhos me fazem ver...
Soprando pra dentro de um mar infinito.
Suave como o toque mas doce do que se pode ser sentido.
Navegando por entre nuvens,
a chuva me acorda e tudo é mais do que um simples despertar.
São divinos pensamentos,
algo que nem mesmo a alma pode tentar explicar.
Sem compreender,
vagando pelos corredores de um lugar desconhecido.
Alterando o curso de tudo aquilo que se julga perdido ou esquecido.
O que resta é apenas beleza,
infinitas palvras descrevendo cada detalhe.
Simples arranjos pra tornar a visão sempre mais rica e valiosa.

Cada mão busca apenas tocar,
não se pode ter aquilo que não foi determinado a permanecer.
Sempre em busca de um olhar,
tentando aprender apenas a amar.
Não guardando cada sentimento,
apenas para permanecer... para ficar.
De encontro ao encanto,
olhando pelo mundo e vagando por entre vales.
Recolhendo pedaços de estrelas,
levo na lembrança, as pequenas coisas que me fizeram acreditar que cada suspiro valeu a pena.

Nunca em vão.
Nem a salvo,
nem são.
Só de encontro ao desconhecido,
mesmo com medo,
em busca de um modesto abrigo.
Feitos de palavras e poesia,
longe de casa, da minha vida,
com a certeza da encontrar um motivo pelo qual ainda quero sentir,
mesmo que daqui a milhares de anos,
um pouco de paz quando minha noite for eterna em meus olhos,
as horas inexistentes,
e o dia interminavel.

Ate o novo começo...