sábado, 23 de janeiro de 2010

Mesmo que não falem de amor.


Me recordo das cartas.
Mesmo que não falem de amor,
Mesmo que venham cheias de dor,
Ainda sim, sei que irei me lembrar.
Quando as palavras jogadas ao vento,
fazem ciranda pelo ar,
Sei que encontrarei algo que me fara escutar.
Talvez o som do mar,
quem sabe som algum.
Sei que algo vai me acordar,
saberei que não é apenas um sonho.
Sentirei o amargo de cada lágrima,
Sentirei o vazio de uma dor.
E se for um sonho,
Que chance terei eu então,
de aprender,
de saber?
Quando a noite cair,
e as estrelas se recusarem a brilhar?
Quando o mar se virar, que chance terei eu de mergulhar?
E é tudo tão frio...
Sem calor,
se é tudo um vazio.
E sei que quando chegar a hora,
encontrarei outras palavras.
Talvez as mesmas que pairam sobre mim.
Quem sabe outras que ainda não encontrei.
E ainda hoje,
me recordo da voz.
Encantada e sem som.
Apenas imaginária...
E tudo que resta,
é a vontade de não esquecer.
De viver, de saber...

Pode ser que amanha,
escreva outras cartas.
Mesmo que não falem de amor,
ainda sim falarão de quanto me falta saber algo sobre o calor.
E sem palavras eu hei de permanecer.
Sem frases,
e ate mesmo sem as estrelas.
Mas o ar que me cerca,
me prepara para o dia que vai nascer.
E tudo que posso desejar é abrir meus olhos, e saber que mais uma vez terei algo do que me lembrar.
Mesmo que só,
mas ainda sim
Viva.

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