quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Incorrigível

Que haja um silêncio,
na prece da mãe,
no apelo do pai.
Que haja alento.

Acolhido pelo peito,
abraçado mesmo que pelo vento.
Seja verdadeiro,
ainda que só neste momento.

É aquecido,
amado.
Sob a abóbada encoberta.
É eterno.

Salvo o sopro do calafrio,
tudo que sobra de algo que vez passada foi vazio,
é céu e mar.
O canto claro na sala de estar.

Fiel.
Seguro.
O seio materno,
no terno abraço paterno.

Incorrigível como não pode deixar de ser.
Coberto de cores,
acompanhado do amanhecer.
É o desejo de algo que não cabe descrever.


(A.B. Giordano)

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