esqueça do frio.
Oh, que dia, entre a noite e a vida.
Pouco se disse,
entre linhas que não se pode mais ler.
Com a roupagem da escuridão,
sob a toscana da solidão.
Enquanto não há folhas por cair,
gozo do sol de verão.
Perco mais do que possuo.
Oh infalível sombra,
me deixe perecer por entre a eternidade e o fim.
Circulo pela rota selvagem.
Quem pode dizer que me deixei perder?
Dizer-lhe-ia que nada se fortalece, além do cascalho,
entre, quando existe, um pouco de heresia.
Soluçando pelo assoalho,
flertando com a senhora da morte,
sem hesitar.
Queria eu apenas recomeçar.
Roubando constantes notas musicais,
dar-me-ia um pouco de solidariedade.
Ao soar da madrugada,
sem ti, sem mim,
recorrendo ao peso do veneno terreno.
Recostando por entre os ocos,
troncos; vazios e sem respiração.
Bucólicos, serenos.
E repousa sobre mim,
a ameça do barqueiro.
Sincera, ainda por ser eterna.
Oh, eternidade macabra e severa.
Retira tua lança, que me espreita,
me aceita, contra o peito, entre as oliveiras.
Abusa do cárcere que interpreta o sábio,
e me faz livre para que fuja,
entre outras vezes, do solitário encontro com a razão enfim.
(A. B. Giordano)
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