Horas não me são familiares.
Nada que se possa contar me interessaria.
Segui as pegadas,
mas não seja tolo de me perguntar;
que horas espera ver se não desfrutaste sequer o segundo que acabara de passar?
Não me questione mais!
Seja fiel ao encontro, nada mais.
Tenha coragem e me olhe nos olhos e nada mais.
Sussurrarei em teu túmulo.
Perdoe-me se acaso eu chorar.
Minha façanha em ser cruel me faz jus mesmo quando a lágrima teima em derramar.
Silenciarei teus olhos. Cerrarei teu falar.
Já coroei teus pesares, mas ainda sim teimo em negar.
Pois então fuja! Fuja e não me deixes te encontrar.
Arraste tua cova para o mais longe que puder.
E então quando minha carne decidir repousar,
e eu tiver todas as mágoas para contar e os infinitos dias para decifrar,
Não seja tolo ao acreditar que pode sequer tentar me perdoar.
(A.B. Giordano)
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