terça-feira, 13 de julho de 2010

Sendo assim, que seja enfim...

Tem dias em que a inspiração simplesmente não existe.
Palavras e textos são muito mais do que se pode suportar.
E nada do que eu diga vai fazer o menor sentido.

E assim, eu fecho os olhos, esqueço do mundo e me cubro de perguntas sem resposta.
Prefiro ficar só. Apreciar a solidão. Entender dos meus próprios devaneios e flutuar pelas paredes do quarto.
Quem dera eu apenas soubesse o que fazer quando o mundo desaparece.
Quem dera fosse dia agora e a noite não viesse.
Mesmo que a sintonia esteja perdida,
A melancolia ainda é minha melhor amiga.

E nada e nem ninguém existe .
Nada do que antes habitava o quadrado isolado.
Simples como o vôo dos pássaros, são os dedos a deslizar nas teclas duras do asfalto.
São nobres, porem quando não são vazias mais uma vez.
Cheias de vida quando a vida convém.

E nada do que eu diga vai fazer diferença um dia.
Nada do que foi dito tem a pretensão de existir para sempre.
E tudo que se vê é como se não existisse.

O sono bate,
Meus olhos se fecham de novo.
Mais um dia desperdiçado?
Mais uma noite de sonhos e cansaço?
Será que resta algo ainda perdido no espaço?
E se ninguém se lembrar?
E se nunca for feito pra existir e nem habitar?
Se for vão e sórdido como a falta do ar?
E se for verdadeiro por não ser mais do que um sonho em paz com o luar?
E se nada do que eu disse fosse feito pra existir, como faço pra voar?
Se nem o som da minha voz estremece quando a duvida me acomete e me faz suar?

Queria uma asa pra me apoiar.
Um doce canto pra me fazer chorar.
Queria ser viva e saber viver e amar.
Estar viva quando o ar quer me matar.

E de que adianta querer,
Se quando preciso provar pra mim mesma que ainda posso respirar,
Me recuso a levantar,
E morro com o som do vento leve a me assoprar?

Queria ter vida e saber o que é morrer.
Entender a diferença entre o céu e a terra e o mar...

Mas o que me resta é deitar,
Dormir e sonhar.
Quem sabe quando vou acordar...

Aprender a acreditar e deixar de lado a inquietude que carrega minha paz pra outro lugar.

(A.B. Giordano)

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