domingo, 4 de julho de 2010

Silêncio

Ancorado nos pés do poeta,
sem cor ou sequer poesia.
Convocando, quem sabe,
resquícios da soberana magia.

Silêncio, desejado silêncio.

Sobrevoa a juventude,
castra o sim; revoga o não.
Saboreando a liberdade,
os restos de sucata pelo chão.

Silêncio, ansioso silêncio.

Pede ao dia que morra enfim,
sufocado no horizonte amaldiçoado.
Mergulhando pelo abismo da imensidão.
Detenha o salto, demônio enfeitiçado!

Silêncio, recatado silêncio.

Na escuridão que me cerca,
esqueço do dom de respirar.
Assimilo o vazio entre o orvalho,
na calada da noite a me esperar.

Silêncio, mero silêncio.


(A. B. Giordano)

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