segunda-feira, 12 de julho de 2010

Sonhava...

“She looked over the window, waiting for the rain to fade.
Wishing for a night full of stars... the moon.

Enquanto as gotas batiam no vidro da janela,
Ela imaginava. Sonhava... acreditava.
Talvez fosse o vento o único, num segundo de instante, a lhe falar e a lhe ouvir.
Talvez fosse o som... de cada gota que encostava no chão, seu único refugio.
Ou quem sabe, fosse apenas a esperança de que o mundo ainda girava, mesmo depois de lhe parecer ter acabado.
Quem sabe não era a porta da varanda a bater que lhe tirava a concentração.
E se fosse, então por que?
O pensamento vagando incomodava...
Faltava ar na sala.
O radio ligado, não lhe dizia nada. Nada lhe parecia estar vivo.
Ate a samambaia pendurada ao lado da porta lhe ignorava, voltada para a parede, como se estivesse ainda mais triste.
E tudo lhe fazia falta.
Tudo parecia vazio.
Só. E ate grande demais.
Seu coração teimava em bater... em lhe fazer viver, mesmo que sua alma já estivesse em outro lugar, seu corpo não parecia disposto a desistir de tentar.
E ao encostar a cabeça no braço do sofá, fechou os olhos e pensou:
“Se amanha ou depois, simplesmente irei morrer, então qual a necessidade de viver? Se de repente, meu coração parar de bater, então por que não deixar pra lá? Por que então viver? Pra que respirar? Por que tudo tem importância se vai acabar?”
E vagou noite a fora com os pensamentos crescendo em sua mente.
Tentou esquecer, mas nada a fazia voltar atrás.
Era tarde demais.
"Too damn late..."
Olhou a sua volta. Buscou uma resposta.
Buscou uma solução, mas o mistério que habita na vida, é tão grande ou maior do que habita na morte.
E talvez fosse melhor mesmo que continuasse assim, pois pelo menos podia ouvir o som das águas que caem misteriosamente do céu. Sentir a brisa chegando, invisível.
Pois respostas são apenas respostas. Pode-se viver com ou sem elas.
Mas o que fazer quando se vive na duvida? Na duvida do que é viver?

(A.B. Giordano)


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